Pantera narrando
Acordei antes dela, com o corpo ainda pesado da noite passada, mas a mente leve… coisa rara. Levantei, fui na cozinha, preparei um café daquele jeito — não sou chef, mas sei agradar. Pão na chapa, suco, umas frutas, café forte… tudo certinho na bandeja.
Voltei pro quarto e parei na porta. Cena que parecia até sonho: Janete jogada na cama, cabelo bagunçado, lençol enrolado no corpo, e aquele jeito dela de quem sabe que é gostosa até dormindo. Fiquei só olhando por uns segundos, com aquele sorriso preso no canto da boca.
Quando ela abriu os olhos e me viu ali, só de cueca, com a bandeja na mão, soltou logo:
— Isso tudo é pra mim ou tu veio só me provocar logo cedo?
Aí, esquece. Essa mulher sabe mexer comigo. Arqueei a sobrancelha e mandei de volta:
— Vai depender… quer o café primeiro ou o dono da bandeja?
Ela riu daquele jeitinho safado, puxando o lençol e me olhando como quem já tava planejando outra rodada. Respondeu na lata:
— Se for pra repetir o que tu fez ontem,