Janete narrando
Fiquei deitada ali um tempo depois que o Pantera saiu, olhando pro teto e lembrando da forma como ele me olhava antes de sair… aquele olhar dele diz tudo sem precisar abrir a boca. Ele podia ter ficado quieto, mas o jeito que me beijou a testa antes de ir já deixou claro: eu sou o ponto fraco dele.
Levantei, botei uma camisa dele — grandona, cheirosa, do jeitinho que eu gosto — e fui pra cozinha pegar o café que ele tinha deixado. A bandeja tava ali, meio esquecida, mas ainda dava pra sentir o cuidado. Ele podia ter a cara fechada no morro, o sangue quente nas tretas, mas comigo… ele tem uma versão que ninguém mais conhece.
Enquanto tomava o café, fiquei pensando nas tretas que rolam por lá. Essas mina que se pegam por causa de macho... eu hein. Se fosse comigo, a história seria outra. Mas eu já sei onde tô pisando. Pantera não é qualquer um. E eu também não.
Me olhei no espelho da sala e dei aquele sorrisinho de canto.
— Se ele não voltar logo… vai ter troco.
Porque