Ponto de vista: Elora, Kaela, Lilith
As paredes de pedra do castelo de Vo’korr estavam mais silenciosas do que nunca. O ar carregava um peso antigo, como se segredos milenares se recusassem a permanecer enterrados. Reunidos no grande salão, ao redor de uma mesa coberta de pergaminhos e livros antigos, nós finalmente começávamos a entender a extensão do que éramos — e do que nos tornamos.
Lilith estava de pé diante da mesa, as mãos trêmulas segurando um pergaminho gasto. Aldric a observava com atenção, como se tivesse sido ele mesmo o responsável por encontrá-lo entre as ruínas esquecidas do antigo templo em Korrhenn.
— Este pergaminho — disse Lilith, desenrolando-o — não apenas narra as linhagens, mas ensina como nos conectar com quem está dentro de nós.
Ela olhou primeiro para mim, depois para Kaela.
— Elora, você é uma descendente direta de Velora, a bruxa do tempo. Ela podia atravessar eras, criar portais, reformular futuros... mas nunca alcançou completamente seu poder.