Ponto de vista: Elora
As palavras de Velora ainda queimavam em minha mente, como brasas deixadas para trás após uma fogueira ancestral. A imagem de seu rosto — sereno e triste — me acompanhou mesmo depois de despertar, e embora estivesse em um quarto sombrio no castelo de Vo’korr, eu sentia que parte de mim ainda flutuava entre mundos.
Darian estava de pé perto da janela, os olhos cinzentos cravados na noite escura. A luz da lua fazia com que sua pele parecesse esculpida em prata. Quando me mexi sobre os lençóis, ele se virou, atento.
— Você estava inquieta. — Ele se aproximou, sentando-se à beira da cama. — Teve algum sonho?
— Sim — murmurei, a voz ainda trêmula. — Foi há uma semana, logo após nossa primeira vez, antes da batalha.
Darian franziu o cenho, sem dizer nada.
— Ela me mostrou algo — continuei. — Um passado esquecido. Um amor antigo. Uma linhagem dividida entre luz e sombras. Você... Darian, você é como ele. O rei que ela amou. O rei sombrio.
Ele não reagiu de imediato. Mas