A escuridão da dimensão selada era mais do que ausência de luz. Era densa, viva. Ela respirava. Observava.
Lilith sentia o peso do fragmento pulsando em seu peito como um segundo coração. Cada batida era um sussurro. Cada pensamento... uma dúvida.
"Eles te traíram. Querem te apagar."
Ela apertou os olhos, tentando se concentrar. Mas as palavras ecoavam como trovões. O fragmento se alimentava de sua dor, sua raiva, sua desilusão.
Foi quando sentiu uma mão segurar a sua.
— Lilith! — a voz de Nyra soou firme, mas havia medo ali. — Sou eu. Estou com você.
Lilith piscou. Seus olhos, antes dourados, agora oscilavam entre o violeta profundo e o negro. Mas, ao ver Nyra, algo nela vacilou.
— Por quê... você veio? — perguntou, com a voz rouca. — Você me acha um monstro, Nyra.
Nyra se ajoelhou diante dela, segurando o rosto de Lilith entre as mãos.
— Eu vim... porque você ainda é a mulher que eu amo. Porque sei que está lutando. E porque... não quero que enfrente isso sozinha.
Lilith