A manhã seguinte começou como tantas outras. Elize arrumou o avental sobre a blusa, prendeu o cabelo em um coque baixo e virou a plaquinha de FECHADO para ABERTO na porta de vidro do Café Velluto com um suspiro de costume.
As mesas da varanda ainda estavam vazias, mas o aroma doce dos pães de fermentação natural já dominava o ar. O som do sino da porta anunciava cada novo cliente com um tilintar familiar, quase reconfortante.
O movimento era constante, mas tranquilo. Elize se ocupava entre anotar pedidos e conferir se os bolos estavam assando corretamente. Aquilo trazia uma sensação de normalidade que ela não conseguia encontrar em outros lugares.
Na hora do almoço, aproveitou a pausa para checar o celular e encontrou uma notificação da irmã.
“Nem me ligou pra contar como foi!?”
Elize apertou o botão de chamada, encostando o ombro no batente da porta lateral do café, onde a brisa batia de leve.
— Alô, família! — disse, com um sorriso cansado.
— Finalmente! — Camila respo