O jantar na mansão Villamar já dava sinais de esgotamento. Mas antes disso, houve um breve momento em que Henrique quase acreditou que aquele ambiente podia ser um lar.
Ágatha sorria com ternura, passando um cesto com torradas ao filho mais novo enquanto comentava, nostálgica:
— Hoje à tarde eu estava arrumando o buffet e encontrei aquela foto da formatura de vocês dois. — Ela apontou para o móvel atrás da mesa. — Foi um dos meus dias preferidos. Mesmo com toda aquela roupa quente e desconfortável, vocês estavam lindos. Um de cada lado meu… como dois guardiões.
Henrique sorriu, dessa vez de verdade. Aquela lembrança era quente, viva, diferente do clima habitual da casa.
— O Arthur com aquela gravata torta — comentou Henrique, rindo baixo — e eu com o sapato que me apertava tanto que quase joguei pela janela depois.
Arthur, com uma taça de vinho na mão, ergueu levemente a sobrancelha, fingindo desdém.
— Pelo menos minha gravata era azul. Você parecia um frade com aquela túnica ma