Elize saiu do quarto devagar, o coração ainda apertado com a conversa com Camila.
Encontrou Henrique no fim do corredor, encostado numa parede, com as mãos nos bolsos e o olhar perdido no chão. O semblante dele era fechado, a mandíbula travada.
Ela se aproximou cautelosa, como quem pisa num campo minado.
— Henrique… ele acordou. Você quer ir vê-lo?
Ele não respondeu de imediato. Apenas continuou olhando para o chão, como se estivesse tentando conter uma onda de sentimentos que ameaçava transbordar.
Quando finalmente falou, a voz veio seca:
— Sete anos, Elize. Sete anos.
Ela engoliu em seco.
— Eu sei. E sei que parece imperdoável. Mas você precisa entender que...
— Não — ele interrompeu, erguendo os olhos para ela, o olhar duro. — Eu entendo que você não tenha me contado naquela época. A gente se perdeu, não tínhamos contato. Beleza. Eu posso até aceitar isso. Mas desde que você entrou naquele escritório, desde o dia em que você me viu de novo… você já devia ter conta