Elize mordeu o canto do lábio, sem conseguir esconder o sorriso.
— Não, obrigada. A joaninha resolveu voltar à vida. Mecânico veio, ligou, e ela pegou de primeira. Tô começando a achar que foi má vontade dela.
Henrique assentiu, rindo com o canto dos lábios.
— Ou talvez só estivesse tentando juntar a gente de uma vez.
Ela revirou os olhos, mas não respondeu. O elevador apitou no térreo.
Ao saírem, a compostura voltou aos poucos. Passos firmes, gestos profissionais. Dois advogados no fim do expediente, sem nada a esconder.
Pelo menos não nos arquivos do escritório.
— Até amanhã, Elize. — ele disse, parando ao lado dela, perto da porta giratória.
— Até amanhã, doutor. — respondeu, ajeitando a alça da bolsa no ombro e caminhando até a moto.
Mas antes de subir, lançou um último olhar por cima do ombro. Ele ainda estava lá, parado, observando.
Com aquele mesmo olhar do dia anterior.
Elize pilotou até a faculdade, já ansiosa para encontrar as amigas.
— Boa noite, mada