Henrique estava sentado na poltrona do escritório, os cotovelos apoiados na mesa, o olhar perdido entre papéis que não conseguia ler. A cabeça estava longe dali — há dias. O retorno de Elize, ainda que silencioso, havia desorganizado ainda mais tudo dentro dele.
A porta se abriu com uma batida leve e Rodrigo entrou sem pedir permissão.
— Ela voltou.
Henrique ergueu os olhos, surpreso, como se esperasse ouvir outra coisa.
— Já falou com ela? — Rodrigo perguntou, cruzando os braços.
— Ainda não. — respondeu, hesitante.
Rodrigo bufou.
— Cara, você não pode simplesmente fingir que nada aconteceu. Isso tá estampado na cara dela e na sua também. O mínimo que você pode fazer é conversar. De homem pra mulher. De adulto pra adulto.
Henrique baixou os olhos, respirou fundo. Sabia que Rodrigo tinha razão, mas não sabia nem por onde começar.
— Pede pra Glória chamar ela — Rodrigo completou, já virando de costas. — E não estraga tudo, Villamar.
Sozinho de novo, Henrique pegou o