Quarta-feira amanheceu com gosto de recomeço.
O elogio de Augusto na véspera ainda ecoava nos pensamentos de Elize enquanto ela estacionava a moto na frente do prédio.
Tirou o capacete, sacudiu os cabelos e se encarou no pequeno retrovisor lateral. Algumas mechas haviam escapado do coque frouxo que ela improvisara antes de sair de casa.
— Pronta pra arrasar hoje? — perguntou a si mesma, sorrindo de leve.
Ajeitou as mechinhas na frente do rosto, endireitou a postura e caminhou pelo saguão como quem estava prestes a conquistar o planeta.
Vestia uma calça de alfaiataria escura e uma camisa branca, com os primeiros botões soltos no colarinho. Tinha leveza no andar e propósito nos olhos.
Ao ver o elevador se abrindo à frente, calculou que chegaria a tempo. Por isso, não apressou o passo, apenas manteve o ritmo calmo e firme. Nada de pressa — ela era o tipo de mulher que fazia o mundo desacelerar ao passar.
O que ela não esperava era que, entre as pessoas já no elevador, esti