Domingo — O refúgio nos braços de Gael
O dia amanheceu preguiçoso na casa de Camila, mas o sol forte não combinava com o humor de Elize. Ela mal havia dormido. Passou a noite se revirando no sofá, e quando o céu clareou, foi até o quarto onde Gael dormia abraçado ao dinossauro de pelúcia.
Sentou-se na beirada da cama e ficou ali, observando o filho por longos minutos, como se sua existência fosse a única coisa sólida naquele mundo que parecia ter desmoronado de uma hora pra outra.
Durante o dia, tentou se distrair com ele. Brincaram, assistiram desenhos, foram até a padaria juntos comprar pão doce — o favorito de Gael. Elize forçava sorrisos, gargalhadas, fazia voz de monstro, imitava personagens... mas dentro dela, um redemoinho não deixava de girar.
No final da tarde, quando Camila voltou do mercado, encontrou os dois deitados no tapete da sala, assistindo a um filme animado. Gael adormecera em cima da barriga da mãe, que acariciava seus cabelos distraída, com os olhos fixos