Segunda-feira chegou com uma brisa morna e um céu límpido, como se o universo tivesse decidido dar uma trégua.
Elize atravessou a porta do escritório com passos firmes, ainda com o coração apertado pelas revelações da semana anterior, mas finalmente sentindo o corpo leve.
Nada como uma noite inteira de sono sem pesadelos.
Ela ajeitou a bolsa no ombro, respirou fundo e foi direto para a copa do escritório, onde Glória, como sempre, já preparava o café.
— Olha quem chegou com cara de quem dominou o mundo no fim de semana — Glória disse, com uma sobrancelha arqueada e aquele sorriso maroto.
— Dominar, eu não sei. Mas sobreviver… ah, isso eu garanto.
As duas riram. Elize se serviu de uma xícara e encostou na bancada.
— E você, Glória? Como foi o fim de semana?
— Tranquilo, só maratonando novela antiga. Mas me diz uma coisa… você e o doutor Henrique se resolveram? Porque eu passei perto da sala dele na quinta e o clima tava mais quente que café expresso recém saído da máqui