As portas se abriram. E ela saiu como se alguém tivesse dado a largada de uma corrida olímpica. Rápida, precisa. Como quem fugia de um risco, e não da vontade.
Henrique ficou dentro do elevador por mais alguns segundos, como se precisasse que o mundo voltasse a girar ao redor dele.
— Ela vai me enlouquecer — murmurou, passando a mão pelo cabelo, tentando reorganizar os pensamentos.
Ao sair, olhou para o corredor e a viu lá na frente, andando com o mesmo passo firme com que havia entrado no prédio. Mas agora, ele sabia: aquele passo também carregava um tremor.
E era ele quem o causava.
Glória observou de canto de olho quando Elize passou como um raio pela recepção, com o rosto corado e o andar acelerado.
— Café — foi tudo o que ela disse, sem parar.
— Traz um pra mim! — Glória gritou antes que ela sumisse em direção à copa, mas Elize nem respondeu. No meio do caminho, desviou para o banheiro. Precisava de dois minutos. Um respiro. Um espelho.
Se encarou com as mãos na