O quarto ainda estava aquecido pelo que tinha acabado de acontecer, e mesmo assim, Elize sentia calafrios leves toda vez que Henrique encostava a ponta dos dedos nela.
Eles estavam deitados, um dos braços dele servindo de travesseiro para ela, o outro percorrendo as costas dela com carinho preguiçoso.
Henrique olhava para o teto, depois para ela, como se quisesse guardar cada segundo daquela noite nos olhos.
Elize, deitada de lado, com a cabeça no peito dele, suspirava em silêncio.
— Você sempre foi assim? — ela perguntou, com a voz suave, quase arrastada de sono. — Mandão, cheio de segredos... e com essa mania irritante de me deixar sem ar?
Ele deu um riso baixo, abafado.
— Irritante? — virou o rosto, encostando os lábios na testa dela. — Você não imagina o quanto me segurava pra não atravessar a linha com você.
— E por que atravessou? — ela brincou, os olhos já meio fechados.
Henrique suspirou, longo e profundo, como se aquela pergunta puxasse mais do que ele gostaria