Helena estava na cozinha, preparando chá, quando Arthur entrou com o celular na mão e um sorriso contido aquele tipo de sorriso que ele só fazia quando estava prestes a contar algo grande.
— Você não vai acreditar — disse ele, se aproximando.
— O quê?
— A editora recebeu uma proposta de um grupo de teatro. Eles querem adaptar o livro. Transformar nossa história em uma peça.
Helena parou, ainda com a colher na mão.
— Uma peça?
Arthur assentiu.
— Com roteiro, elenco, cenário. Tudo. Eles disseram que a narrativa é íntima, mas universal. Que pode emocionar no palco como emocionou nas páginas.
Helena sentou-se à mesa, tentando processar.
— Eu nunca imaginei isso. Nunca pensei que nossa história pudesse virar... arte.
Arthur se sentou ao lado dela.
— Mas virou. Porque é real. E porque toca.
---
Nos dias seguintes, começaram a conversar com a equipe de produção. Eram pessoas sensíveis, apaixonadas por histórias que falam de afeto, de escolhas, de cotidiano. Helena se surpreendia com o cuidad