Helena estava sentada diante da tela em branco. O cursor piscava como um coração impaciente. Arthur caminhava pela sala com Clara nos ombros, rindo de um jeito que só se ria quando se está em paz. Mas Helena não conseguia começar. Não ainda.
— Você quer escrever sobre o quê? — perguntou Arthur, sentando ao lado dela.
— Sobre o que vem depois. Sobre o que fica. Sobre o que não morre.
Arthur sorriu.
— Então você quer escrever sobre legado.
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Desde o relançamento do livro, Helena sentia que algo novo precisava nascer. Não uma continuação. Mas uma expansão. Um gesto que dissesse: “O amor que vivemos não termina aqui.” E foi Clara quem inspirou isso.
Uma tarde, enquanto desenhava com lápis de cor, Clara olhou para Helena e disse:
— Mamãe, quando eu crescer, vou contar a história de vocês.
Helena sorriu, emocionada.
— E eu vou escrever pra você saber onde tudo começou.
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A ideia do novo livro surgiu como sussurro. Seria uma obra sobre escolhas. Sobre o que significa amar em tempos difíc