O céu de São Paulo estava carregado, como se a cidade soubesse que Helena carregava mais do que decisões. Ela havia recusado Paris. Escolhido ficar. Mas a dúvida ainda sussurrava: será que o amor é suficiente para preencher o espaço entre dois mundos?
Arthur a esperava no apartamento, com luzes baixas e música suave. O blazer pendurado na cadeira, a camisa aberta no colarinho, os olhos fixos nela como se fosse a primeira vez.
— Você está linda — disse ele, com a voz baixa.
— Estou cansada — respondeu Helena, largando a bolsa no chão.
— E ainda assim, linda.
Ela se aproximou devagar, como quem testa a temperatura de um mergulho. Arthur não se mexeu. Apenas a observava, com aquele olhar que fazia o corpo dela se acender por dentro.
— Você tem ideia do que me faz sentir? — perguntou ela, parando diante dele.
Arthur tocou sua cintura, puxando-a com firmeza.
— Tenho. Porque você me faz sentir o mesmo.
O beijo veio quente, urgente, como se o tempo tivesse acumulado desejo demais. As mãos de