POV: Emily
Acordei com a sensação de que não deveria ter acordado ali.
O quarto estava na penumbra. Cortinas pesadas filtravam a luz da manhã, e o cheiro inconfundível de Alexander — uma mistura de madeira, tabaco e desejo — impregnava os lençóis, minha pele, o ar.
Eu estava nua.
Coberta apenas pelo lençol amassado e pelos pecados da noite passada.
Lentamente, voltei à realidade.
Os toques dele ainda estavam na minha pele, como tatuagens invisíveis. Seus beijos... seu corpo contra o meu... as palavras roucas que ele murmurava enquanto eu me rendia, uma vez mais, ao que jurava não querer.
Mas era mentira.
Querer Alexander era como respirar.
Instintivo. Doloroso. Necessário.
Virei o rosto no travesseiro, tentando afastar os pensamentos. Mas eles vinham como ondas, esmagando tudo.
A forma como ele me olhou antes de me despir.
O modo como seus olhos varreram meu corpo, como se nunca tivessem me esquecido.
E eu…
Eu implorei.
Sem palavras.
Com o corpo. Com os gemidos abafados. Com as unhas