Brincando com fogo.
O mundo ao redor parecia desaparecer. A música, as luzes, a multidão dançando — tudo sumia diante da presença dele.
A mão firme em sua cintura não se movia. O corpo colado às suas costas era como uma prisão e, ao mesmo tempo, um convite perigoso, deixava a respiração dela curta demais para disfarçar.
Eloise sorriu, mas não se virou. O álcool doce ainda ardia em seus lábios, e talvez fosse isso que lhe dava coragem.
— Não sabia que precisava da sua autorização para viver, senhor Monteiro.
Augusto riu baixo, um som curto e perigoso. Apertou um pouco mais a mão em sua cintura, inclinando o rosto para sentir o cheiro do cabelo dela.
— Viver, eu incentivo. Se expor… é outra história.
Ela finalmente girou o rosto, apenas o suficiente para encará-lo de lado. Os olhos verdes queimavam de ciúmes, mas o disfarce era um sorriso frio. Eloise, no entanto, já não estava com medo. Não agora.
— Se expor? — provocou, erguendo as sobrancelhas. — É isso que você chama de danç