O apartamento estava mergulhado em silêncio após o retorno da operação frustrada. O corpo de Ekin estava sedado, repousando num dos quartos, e Ayla se mantinha no andar de cima, revisando imagens de segurança em silêncio quase cerimonial. Lá fora, o barulho da cidade era abafado pelas janelas blindadas. Mas aqui dentro, o verdadeiro caos era interno.
Eu ainda sentia as mãos de Mehmet no meu corpo, a urgência com que ele me tomou contra a parede — não como um homem apaixonado, mas como alguém à beira da destruição, precisando se ancorar em algo. Ou em alguém.
Agora, estávamos sentados à mesa da cozinha. Eu com uma taça de vinho que não conseguia terminar, e ele com os dedos pressionados contra as têmporas. O rosto coberto por sombras, os olhos cheios de tempestade.
— Você não devia ter corrido pra lá. — A voz dele quebrou o silêncio. Grave, rouca, quase um sussurro.
— Eu devia, sim. — Respondi firme. — Ele teria morrido. E você também.
— Você é uma médica. Não uma assassina. Nem uma so