No dia seguinte, o apartamento parecia uma trincheira silenciosa. O ar estava carregado com a antecipação de algo grande, como se cada respiração fosse a última antes do impacto. A equipe se reuniu cedo, antes mesmo do sol romper o horizonte sobre o Bósforo. Ayla estava com uma prancheta em mãos, passando instruções precisas, enquanto Ekin montava o mapa na parede com as rotas de entrada e fuga desenhadas em vermelho.
Eu estava sentada à mesa da cozinha, observando tudo. Meu coração batia descompassado — não de medo, mas de expectativa. Eu fazia parte daquilo agora. Não apenas como espectadora, mas como alguém que havia sido marcada por sangue, desejo e decisões irreversíveis.
— Você vai ficar na retaguarda comigo — disse Ayla, aproximando-se. — Pode ser que tenhamos feridos, e sua experiência médica é necessária.
Assenti, engolindo em seco.
— E se… se for o Mehmet?
Ayla me olhou, séria. Seu rosto normalmente impassível se suavizou por um instante.
— Se for ele, vai precisar de você m