Hanna
O carro mal arranca do meio-fio e já sinto a tensão preenchendo cada centímetro do interior.
Ethan não fala.
O motorista parece notar e permanece em silêncio absoluto.
E eu… continuo tentando pensar claramente, mas as mãos de Aiden na minha cintura ainda estão vívidas demais na minha memória. E o olhar de Ethan ao ver aquilo também.
Ele mantém os olhos fixos na janela, o maxilar rígido, a respiração pesada demais para estar calma.
— Ethan… — começo, com a voz baixa.
— Eu vi — ele corta, sem tirar o olhar da rua.
O coração aperta.
— Ele só me puxou para não me atropelarem.
— Ele estava esperando você na porta — Ethan rebate. — E quando te viu distraída, se aproveitou. Ele vive orbitando em torno de você. Está sempre ali. Sempre pronto.
— Ele só é gentil.
— Gentil? — Ele finalmente vira para mim. O olhar verde queimando, intenso, inacreditavelmente possessivo. — O jeito como ele te segurou não tinha nada de “gentil”, Hanna.
Respiro fundo.
— Ethan, isso