Ana
Eu nunca fui fã de avião. Nem daqueles grandes, que parecem hotéis voadores lotados de pessoas, mas, estar em um jatinho particular com Lex parecia incrível…e com certeza muito longe da realidade.
As memórias do voo desastroso que nos trouxe me deixava enjoada, eu estava apavorada de encarar isso tudo de novo.
Só de pensar já me dava uma onda de medo que me fazia querer abraçar a poltrona. Mas, dessa vez, Lex tinha me oferecido um drinque antes de embarcarmos. “Só um golinho”, ele disse. Pois é, só que “um golinho” de Lex equivalia a meio copo de coragem líquida.
O resultado? Eu apaguei. Dormi como se estivesse numa cama de nuvens, sem nem tempo de reclamar do barulho das turbinas ou do balanço leve do avião.
Quando abri os olhos, a primeira coisa que senti foi alguém me chamando. Uma voz grave, suave, carregada de paciência.
— Ana, nós chegamos.
Meus olhos se abriram devagar, e tudo que eu vi foi o rosto de Lex perto demais do meu. Ele se inclinava, como se não quisesse me a