Ana
Lex abriu a porta do quarto com cautela, os músculos do braço contraídos como se estivesse pronto para lutar com o que aparecesse. Eu fiquei atrás, tentando me convencer de que ainda tinha ar nos pulmões, porque o medo estava me apertando por dentro.
— Fica perto de mim. — ele disse baixo, mas firme, o tom que não aceitava objeção.
Obedeci, quase colando no corpo dele. E talvez fosse justamente isso que me confundia: como eu podia sentir medo e desejo ao mesmo tempo? O perigo lá fora e o perigo dele aqui dentro, tudo me deixando em transe.
Descemos o corredor escuro em silêncio, só o ranger leve da madeira denunciando nossos passos. O barulho tinha sido diferente dessa vez, como se alguém tivesse derrubado algo pesado no andar de baixo.
Lex segurava minha mão, e eu sabia que ele não precisava fazer isso. Mas não reclamava. Aquela palma quente envolvendo a minha era meu único alívio no meio da tensão.
— Se for alguém... — tentei sussurrar.
— Não fala. — ele cortou, seco, mas sem me