Ana
Fazia dias que eu tava me escondendo dentro da própria casa — o que era meio ridículo, já que era a casa dele.
Mas enfim, sobreviver exigia estratégia.
Eu acordava cedo, ligava o notebook e fingia estar mergulhada no trabalho. Fechava a porta do quarto e, quando ouvia os passos de Lex no corredor, aumentava o som das teclas só pra parecer muito ocupada.
A verdade é que o home office era ótimo... até eu perceber que ele também estava sempre por perto.
Trabalhar no mesmo teto que Lex Drummond era basicamente um teste de resistência emocional — e física.
Cada vez que eu ouvia a voz dele, sentia o coração pular, como se fosse um alarme interno me lembrando do beijo que ainda queimava na memória.
Naquela tarde, eu tava revisando um texto sobre marketing e tentando não pensar em como o cabelo dele caía no rosto quando ele sorria.
Sim, ótimo foco profissional, Ana.
O som da porta se abrindo me fez quase engasgar com o café.
— Você tá trancada aí desde cedo — ele falou, encostado na porta