Ana
O cheiro de queimado me acordou antes mesmo do café terminar de ferver.
Sim, eu consegui o feito histórico de queimar café. CAFÉ! A bebida mais básica do planeta.
“Ah, ótimo, Ana... parabéns, sua incompetente”, murmurei pra mim mesma, abanando o ar com um pano de prato enquanto a fumaça subia feito sinal de incêndio.
Tobias, que estava atrás do balcão rindo de alguma piada boba com uma cliente, virou o rosto na hora.
— Pelo amor de Deus, Ana, você tá tentando matar a gente intoxicado? — ele gritou, meio rindo, meio tossindo.
— Foi só um descuido! — respondi, sem graça, tentando salvar a cafeteira do desastre.
A verdade é que minha cabeça não estava ali. Nem um pouco.
Desde o sonho da madrugada, eu parecia flutuar no mundo da Lua... ou melhor, no mundo de Lex.
Sim, Lex. O homem que me tirava do sério, mas que no sonho era um príncipe de capa e espada.
Eu acordei com o coração batendo mais rápido que alarme de banco e a sensação idiota de que ele realmente tinha me beijado.
E agora