Lex
Desliguei a TV no impulso, quase quebrei o controle. Já estava dando nos nervos ver a mesma matéria repetida mil vezes: “Quem é a garota misteriosa com Alexander Cavalcante?”
Misteriosa pra quem? Pra mim ela é a Ana que faz meu coração acelerar sem nem tentar, que consegue ser gentil e escandalosa, tímida, medrosa e irresistível ao mesmo tempo.
—Se eu ver essa porcaria de novo, eu jogo a televisão pela janela — resmunguei, jogando o controle no sofá.
Ana estava sentada ao meu lado, meio encolhida, com aquela cara de “eu não pedi pra ser famosa”. Ela suspirou, cansada.
—A gente não devia… falar alguma coisa? — ela perguntou, baixinho. — Uma nota, um post, sei lá. Antes que inventem mais coisas.
Eu passei a mão no rosto. Meu corpo estava cansado, mas minha cabeça estava um caos.
—Ana… — respirei fundo, tentando organizar o turbilhão. — Sempre que se trata de relacionamento, eles aparecem. Eu posso sumir da mídia por meses, mas basta eu olhar pra alguém duas vezes que eles viram tuba