Ana
Eu não estava aguentando mais o olhar dele. Aquele sorrisinho malicioso, como se tivesse lido cada pensamento obsceno que passou pela minha cabeça quando o avião chacoalhou e eu praticamente grudei nele.
O pior? Não era mentira.
Eu realmente tinha sentido o corpo dele contra o meu de um jeito que não dava pra fingir que não aconteceu.
Então, antes que eu falasse qualquer besteira, levantei.
— Preciso... preciso ir ao banheiro. — Nem olhei pra trás, só fugi.
O corredor do jatinho era curto, e eu me enfiei no banheiro como se fosse um cofre. Fechei a porta e encostei as costas nela, respirando fundo.
Água. Eu precisava de água.
Abri a torneira e joguei várias vezes no rosto, mas não adiantou nada. A cada respingo, a memória voltava: Lex me segurando forte pela cintura, meu corpo colado ao dele, meu coração disparado não só de medo da turbulência... mas de outra coisa que eu não queria admitir nem sob tortura.
Me olhei no espelho.
— Você é ridícula, Ana. RIDÍCULA! — sussurrei, qu