Ana
O avião balançava como se fosse feito de papel. Eu me agarrava no braço da poltrona, mas parecia que aquilo não segurava absolutamente nada. A cada sacudida, meu coração disparava mais forte. Eu juro que pensei: é agora, vou morrer de um jeito bizarro, dentro de um jatinho chique, vestida com a roupa mais sem graça que escolhi correndo.
— Lex… — minha voz saiu trêmula, quase engasgada. — Isso é normal?
Ele, sentado ao meu lado, parecia o próprio retrato da calma. Tinha uma taça de vinho na mão, como se estivesse sentado numa varanda qualquer, e não em um avião que parecia prestes a desmontar no ar.
— Normal — respondeu com aquele tom grave, firme e irritantemente sereno. — O piloto sabe o que está fazendo.
Quase soltei um palavrão. Se ele estava tão seguro, ótimo. Eu não! E como se o universo quisesse brincar com a minha cara, veio uma turbulência mais forte.
O avião despencou alguns segundos, e eu soltei um grito sufocado. No impulso, me joguei para o lado dele, agarrando o braç