Ana
Cruzei os braços, como se isso fosse me proteger.
— O que aconteceu… foi um erro. Eu não deveria… — minha voz falhou, e eu mordi o lábio, tentando me recompor. — Eu não deveria ter me deixado levar pela bebida.
A expressão dele endureceu, mas o olhar permaneceu firme em mim.
— Um erro? É isso que você acha que foi?
Meu estômago se revirou. Era exatamente o que eu queria evitar: dar nome àquilo. Porque se eu desse, tudo ficaria real demais.
— Eu trabalho pra você, Lex. Não posso misturar as coisas. Não é certo.
Ele deu uma risada seca, sem humor.
— Você acha mesmo que dá pra esquecer? Você acha que dá pra voltar a ser “só trabalho”?
— Tem que dar. — Minha voz saiu em um fio, quase um pedido. — Porque eu não estou pronta pra outra coisa, e nem quero outra coisa!
O silêncio que caiu entre nós era sufocante. Só dava pra ouvir a fonte no meio do jardim e o barulho distante de um cavalo relinchando. Eu mantive os olhos firmes no chão, porque se olhasse de novo pra ele, eu ia ceder. Eu i