Dentro do carro

Ana

Eu não respondi. Não conseguia. A respiração falhou, a pele pegando fogo, e o corpo pedindo um beijo que eu sabia que ia acabar comigo. Minha boca chegou a entreabrir, pronta pra entregar tudo, mesmo sem dizer nada. Os dedos dele roçaram meu braço, subindo devagar, deixando um rastro quente como se marcassem território.

Mas ele não me beijou. Óbvio que não. Ele recuou com aquele sorriso cínico, quase cruel, como se soubesse exatamente o quanto eu queria e o quanto ele mandava no meu desejo. Um sádico elegante, desses que não precisam tocar pra dominar. Ele passou o polegar pelo próprio lábio e me encarou, como se dissesse: "Não ainda."

E eu fiquei ali, travada, com o coração martelando no peito e as pernas pedindo misericórdia. Era tortura. E ele sabia. Sabia e gostava. Porque o Lex não precisava me tocar pra me possuir. Bastava olhar daquele jeito. Bastava me deixar imaginando o que viria depois.

Filho da mãe.

Quando voltamos pro salão, eu já não era a mesma. Tava quente, nervosa
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