Ana
Eu não esperava ser arrancada dos meus pensamentos tão abruptamente, mas foi assim que aconteceu.
Um trovão. Dos grandes. Daqueles que te fazem pensar nas histórias que sua mãe contava pra te fazer perder o medo como, “Os anjos estão jogando boliche!” ou “Tá longe filha, é só contar o tempo”, “fica quietinha que passa.” Mas aí sua mãe morri, você cresce e o medo de raios e trovões volta como a fúria de uma tempestade.
O trovão foi tão alto que, por um segundo, achei que o teto tinha rachado no meio.
O coração disparou, a respiração ficou curta, e eu gritei de susto. Graças a deus ninguém estava por perto pra ouvir o meu grito, que foi tão estrondoso quanto o trovão.
Eu precisei de uns segundos pra entender o que tinha sido aquele barulho.
Mas a calma durou exatamente uns cinco segundos, porque o som da chuva batendo nas janelas parecia o início de uma guerra.
—-Calma Ana, essa chuva já vai passar, não é nada de mais…você tá sozinha nessa mansão, e tem essa chuva forte e o trov