Pov. Isabella
O relógio marcava quase oito da noite quando o som dos carros na rua foi ficando mais espaçado, como se até a cidade decidisse diminuir o ritmo. Eu estava sentada no sofá, com uma xícara de chá que já havia esfriado há muito tempo, mas que eu insistia em segurar como se ainda fosse quente. Era uma maneira estranha de me agarrar a algo que me fizesse sentir no presente. Depois dos últimos dias — o baile, os olhares cruzados, o peso das lembranças — eu precisava respirar. Só isso: respirar.
O apartamento estava silencioso, exceto pelo tic-tac insistente do relógio na parede. Olhei para ele por alguns segundos, e então, inevitavelmente, pensei nele. Ethan. O nome parecia ecoar na minha mente como uma música que eu não conseguia desligar. Desde o reencontro, algo dentro de mim se revirava em uma mistura de nostalgia e dor. Eu tentava não pensar, mas como se esquece alguém que marcou tanto — e que, por mais que o tempo tenha passado, ainda parece fazer parte de você?
Peguei o