O sol começava a filtrar por entre as pesadas cortinas de linho, aquecendo o ambiente com um dourado suave. Isabelle despertou lentamente, os olhos ainda semicerrados, os músculos doloridos por um sono inquieto, forçado pelo cansaço emocional da noite anterior.
Mas não foi o calor do sol que a acordou de verdade.
Foram as lembranças.
Elas chegaram como um tiro.
Secas. Diretas. Cortantes.
Não…
Não havia sido um pesadelo.
Dominico estivera lá.
Na festa do seu noivado.
O homem que a sequestrara.
O homem que a possuíra.
O homem que — contra toda lógica — ainda acendia nela um desejo sujo, vergonhoso, real.
Ela se sentou lentamente na cama, abraçando os joelhos. O lençol escorregou pelos ombros nus, revelando a camisola de seda branca que Matteo escolhera para ela. Mas nada da suavidade do tecido foi capaz de acalmar o vendaval em seu peito.
Isabelle fechou os olhos com força.
Imagens de Dominico vieram como chicotadas.
O toque forte, possessivo, mas carinhoso.
O olhar faminto, como se ela