Já havia se passado um mês e meio desde o resgate de Isabelle, mas, apesar de a rotina na mansão ter retomado seu curso, nada mais parecia ser exatamente o mesmo. O jardim florescia outra vez, as rosas se abriam em cores vivas e perfumavam o ar com intensidade. Claire mandava as funcionárias trocarem as cortinas e arejarem todos os cômodos, devolvendo frescor à casa. Até mesmo o piano, há tanto tempo silenciado, voltava a ser tocado nas noites tranquilas. E, no entanto, no fundo dos olhos azuis de Isabelle havia uma sombra constante, como se um pedaço de sua alma tivesse permanecido aprisionado naquele cativeiro.
Seus passos leves ecoavam pelos corredores de mármore, mas não havia a mesma firmeza de antes. Andava como alguém que carregava algo invisível e pesado, ainda que sorrisse em alguns momentos. Nos últimos dias, sentia um cansaço estranho, uma exaustão que não fazia sentido. Dormia bem, mas ao despertar parecia não ter descansado. Após o almoço, o corpo simplesmente pedia repou