Dois meses se passaram desde o retorno da viagem. A barriga de Cristal mal mostrava diferença, mas ela sentia na pele cada mudança: os enjoos ainda vinham em ondas, o sono parecia infinito, e a sensibilidade... essa era a mais traiçoeira. Bastava uma lembrança, uma palavra ou um olhar para desmoronar tudo por dentro.
Raphael seguia mergulhado no trabalho. Em suas palavras, estava “garantindo o futuro do filho deles”. Cristal, no entanto, começava a perceber que o futuro estava sendo construído sem sua participação emocional — ela era apenas o símbolo dele.
Já Christopher... Christopher era outra história.
Ele aparecia com frutas que ela dizia gostar, com chás contra enjoo que ele “leu na internet”, e sempre tinha um tempo — mesmo que rápido — para perguntar como ela estava. A afeição dele pelo bebê era tão espontânea que a confundia. Como alguém podia se apegar tão rápido a algo que, teoricamente, nem era seu?
Naquela manhã, Cristal acordou mais disposta. Colocou um vestido le