POV: Raphael
Na manhã seguinte, após a noite que tiveram juntos o som sutil do relógio no criado-mudo marcava 6h32. Raphael já estava acordado há minutos, observando Cristal dormir em silêncio ao seu lado. A luz fraca da manhã entrava pelas cortinas fechadas, desenhando sombras suaves no rosto dela. Ela parecia em paz — irônico, considerando o caos que sentia por dentro desde o dia em que a desejou pela primeira vez.
Ele se levantou com cuidado, tentando não acordá-la. Vestiu a calça social e a camisa branca ainda com os movimentos lentos, os olhos voltando a ela por um instante. Queria tocá-la. Mas não podia.
A manhã em Nova York estava fria e cinza. O carro esperava na entrada do edifício, e o motorista o levou direto para o prédio da "Moreau Holdings", a empresa da família que ele comandava desde a morte do pai. Assim que entrou no saguão de mármore branco com detalhes dourados, sentiu a tensão no ar — como se algo estivesse fora do lugar.
E estava.
— "Raphael, sua mãe chegou