A manhã chegou nublada, como se o céu estivesse a refletir a confusão que reinava dentro de Mel. Desde a noite anterior, tudo parecia girar. O acidente de Dário, a mensagem de Alessandro, o reencontro inesperado. Ela mal tinha conseguido dormir. Mas não era cansaço que lhe pesava nos ombros — era o peso das decisões não tomadas.
Mel encontrava-se no jardim do hospital, num banco de cimento coberto pela sombra de uma acácia. O cheiro de desinfetante ainda pairava no ar, mas ali fora, o mundo parecia respirar. Ela apertava as mãos uma contra a outra quando sentiu uma presença familiar aproximar-se.
— Achei que estarias aqui — disse Alessandro, com um tom suave. Vestia uma camisa branca simples e calças de linho claras, que contrastavam com a intensidade do olhar. Ele parecia deslocado naquele ambiente, e ainda assim... encaixava.
— Como soubeste? — perguntou Mel, levantando os olhos para ele.
— Luna. Ela mandou-me mensagem ontem à noite. Disse que estavas a precisar de alguém que te lem