Entre dois Irmãos

Entre dois IrmãosPT

Urbano
Última actualización: 2025-05-07
Sandra Rummer  Completo
goodnovel18goodnovel
10
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Resumen
Índice

Raul e Rafael Fernandez são irmãos, mas não poderiam ser mais diferentes. Rafael é o rosto da empresa da família — simpático, carismático, sociável. Um CEO que conquista com o sorriso e a leveza. Já Raul é o cérebro por trás de tudo. Reservado, impenetrável, poderoso. Ele não precisa levantar a voz para dominar uma sala — sua presença fala mais alto. Enquanto Rafael encanta, Raul comanda. É entre esses dois homens que Anna Ricci se vê dividida ao ser contratada como assistente executiva a empresa dos Fernandez. Jovem, dedicada e cheia de sonhos, ela mal começa a ver que sua vida está prestes a sair completamente do controle. Rafael a acolhe com gentileza e admiração. Está claro que está interessado por ela — e Anna sente-se lisonjeada com sua atenção. Mas é Raul quem a desestabiliza. Frio, enigmático e absurdamente atraente, ele desperta nela um desejo que beira o insuportável. Desde o primeiro olhar, algo pulsa entre eles. Silêncios carregados, roçadas acidentais, olhares intensos demais para serem casuais. Ainda assim, Raul se mantém afastado. Não porque não a deseje — o desejo é evidente — mas porque está preso a outro dever: Dara, sua namorada, está com câncer. Raul acredita que ela precisa dele agora mais do que nunca. Que deixá-la seria abandono. E assim, ele se cala, se contém... e sofre. Porque cada vez que Anna sorri para Rafael, cada vez que os vê juntos, o ciúme o consome como veneno lento. Ele a quer. Mas não pode. Anna tenta resistir à atração por Raul. Ele a beija... depois recua. Vive lembrando que ela não gosta do irmão dele, como se isso fosse desculpa para tocá-la de novo. E ele está sempre lá: observando, tão perto e tão distante, fazendo o mundo dela tremer.

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Capítulo 1

Raul Romero Fernandez

Onze horas da noite

Mansão Fernandez

A mansão Fernandez é um labirinto de sombras e luzes suaves. Enquanto caminho pelos corredores familiares, sinto o peso do silêncio, cortado apenas pelo som distante da música que ecoa do andar de cima. O clima opressivo parece refletir a turbulência que carrego dentro de mim desde que soube do câncer de Dara.

A angústia aperta meu peito como um nó, constante e sufocante, lembrando-me implacavelmente do que está em jogo. Meus ombros estão tensos, e sinto uma fisgada no pescoço, fruto de noites mal dormidas.

Subo as escadas, tentando silenciar meus pensamentos, mas o ranger do piso sob meus pés ecoa na minha mente como acusações silenciosas. Quando alcanço o topo, vejo a porta do quarto de Rafael entreaberta, e lá está ele, reclinado na cama, com um sorriso despreocupado nos lábios, enquanto uma jovem mulher se move ao seu lado, rindo e brincando como se o mundo fora daquele quarto não existisse.

A luz suave do abajur delineia os contornos de seus rostos, destacando a cumplicidade entre eles. Sua beleza é inegável, mas meu desprezo é maior.

Rafael sempre teve essa habilidade de conquistar corações e descartá-los com a mesma facilidade. Ele não percebe — ou simplesmente não se importa — que a superficialidade de suas relações o afasta de tudo que realmente importa.

Fico ali, imóvel, minhas mãos cerradas em punho, enquanto a jovem se inclina para beijá-lo. Meu estômago se revira, como se eu tivesse engolido pedras.

Rafael é tão volúvel, tão incapaz de enxergar além do prazer imediato. Sua indiferença é um soco no estômago, uma lembrança cruel de como ele ignora os valores que nosso pai nos ensinou: responsabilidade, senso de família, respeito.

A música continua a tocar, soando como uma melodia triste, irônica, uma sinfonia de descaso.

Com um último olhar, abandono o corredor e sigo para minha suíte, como se fugisse do peso insuportável daquela cena.

 

Depois de um banho longo, que não conseguiu lavar a inquietação da minha pele, sigo até o quarto de Santiago, um garotão de dois anos, filho de Rafael, que dorme tranquilamente.

Me aproximo devagar, observando-o como se fosse uma ilha de pureza em meio ao naufrágio que é a nossa família. O peito pequeno dele sobe e desce em ritmo calmo, os cílios longos pousados sobre as bochechas rosadas.

Santiago não é filho de uma mulher que Rafael amou; ele é fruto de um relacionamento passageiro que Rafael teve com uma dançarina. Às vezes, quase não consigo acreditar que, de alguma forma, ele teve o mínimo de senso de humanidade ao criar o filho.

Não seria de se esperar que ele assumisse alguma responsabilidade, especialmente com sua tendência a fugir de tudo que exige comprometimento ou profundidade.

Mas ali está Santiago, com seu sono tranquilo e rosto sereno, como uma promessa de algo mais puro em meio ao caos que Rafael parece criar à sua volta.

Esse pequeno ser, com sua inocência, é um lembrete cruel de que, apesar das falhas do pai, ainda existe a capacidade de gerar algo bom. Algo que, por mais que Rafael não entenda, traz uma luz tênue de esperança no meio das trevas.

Me aproximo e beijo a testa dele, fechando os olhos por um breve instante, tentando absorver aquela calma para mim.

"Prometo que vou cuidar de você", penso, mesmo sabendo que promessas têm um peso terrível em tempos de tempestade.

Desço até a cozinha, buscando um alívio no silêncio da madrugada.

O aroma residual de café velho ainda paira no ar, misturado ao cheiro amadeirado da casa antiga. A luz fraca da luminária sobre a pia lança sombras dançantes nas paredes, criando um contraste com o vazio dentro de mim.

Encho um copo d'água, as mãos um pouco trêmulas, e me sento à mesa, o olhar perdido no nada enquanto tento organizar meus pensamentos. As últimas palavras de Dara ecoam na minha mente, frágeis como vidro:

"Não me abandone, Raul."

O cheiro do perfume dela — aquele aroma suave de lírios — ainda parece impregnado na minha roupa. Um lembrete doloroso de tudo que está em risco.

De repente, ouço passos leves ecoando no chão de mármore. Ergo os olhos, tenso, e lá está ela: a jovem do quarto de Rafael.

Ela está seminua, vestindo apenas uma camisa larga — sem dúvida de Rafael — que mal cobre suas coxas.

Seu cabelo bagunçado, combinado com o brilho da luz suave, realça a curva de seu pescoço, um detalhe que deveria passar despercebido, mas que agora parece uma afronta.

 

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Menina Mulher
Maravilhoso. Tocante. sensato
2025-05-12 00:12:33
1
51 chapters
Raul Romero Fernandez
Santiago
Meses depois, na mansão dos Fernandez.
Rafael
Theodora
Anna Simon Ricci
Vai precisar saber lidar com o caos.
Ambiente pouco convencional
Não tem lógica. Mas tem algo nela. Algo que me puxa. Que me desafia.
"Seja rápida. Seja profissional."
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