Não tem lógica. Mas tem algo nela. Algo que me puxa. Que me desafia.
Só ela. Não sei o que isso acende em mim. Mas acende. E o pior é que não entendo por quê.
Ela é só uma candidata. Eu a conheci agora. Não faz sentido esse tipo de interesse surgir assim, do nada, com essa força estranha que me tira do eixo.
Guardo a informação como quem guarda um segredo precioso. Como se, de alguma forma, isso me desse acesso a uma parte dela que ninguém mais conhece.
Meu celular vibra na mesa. Com dificuldade, desvio os olhos dos dela e encaro a tela.
Dara.
E de repente — como uma lâmina atravessando uma brisa — a imagem dela me invade. Seus olhos marejados naquela noite em que me pediu para não contar a ninguém. O medo escondido sob a maquiagem. A força que ela finge ter, mas que só eu sei o quanto está se desfazendo.
Minha garganta aperta.
Lembro do toque gelado da mão dela. Da forma como ela segura firme minha camisa, como se aquilo fosse a única âncora em meio ao desespero.
Ela também não tem ninguém. Só eu.
Meus olhos voltam para Anna. Ela continua ali, sentada