Porque amar Anna não foi escolha, mas deixar Dara… foi a decisão mais difícil que já tomei.
Rafael
O som da porta se fechando ainda ecoa na minha mente quando estaciono o carro na garagem da casa. Tudo está em silêncio, mas o silêncio aqui não é paz. É peso. Um eco constante de tudo que deixei de fazer.
Subo para o quarto como quem carrega uma mochila cheia de pedras. Me jogo na cama sem tirar os sapatos. O quarto ainda tem o cheiro da noite anterior — o amargor do álcool, o suor seco na camiseta, a vergonha impregnada no travesseiro.
Olho para o teto por longos minutos. Mas o rosto que vejo... é o dela.
Anna.
E então, sem conseguir segurar, pego o celular.
Abro a conversa com ela.
A última mensagem dela é de dias atrás. Curta. Educada. Sem nenhuma pontuação exagerada. O tipo de mensagem que diz muito pelo que não está ali.
Começo a digitar.
Anna, eu não tenho desculpa para o que aconteceu. Eu deveria ter atendido. Eu deveria ter estado lá.
Paro. Leio.
Apago.
Começo de novo.
Eu sou um idiota. E você merece mais do que isso. Mais do que um cara que some quando você mais preci