O caminho de volta para a casa de Dante foi silencioso. O motor do carro roncava suavemente enquanto a cidade passava por nós, as luzes piscando como estrelas distantes. Meu coração ainda batia acelerado, as imagens do que vi no galpão presas na minha mente.
Eu sabia que o mundo de Dante era cruel, mas ver aquilo de perto era diferente de apenas imaginá-lo. O homem amarrado, os olhos vidrados de medo, a frieza na postura de Dante… Era como se ele fosse uma sombra, alguém que já havia mergulhado fundo na escuridão e se acostumado a ela.
Mas o que me assustava mais do que a violência que presenciei era o fato de que, por mais que meu estômago se revirasse, eu não estava fugindo.
E Dante sabia disso.
Ele dirigia tranquilo, como se tivéssemos acabado de sair para um jantar comum. O silêncio entre nós era carregado, mas confortável de uma forma estranha.
— Você não disse nada desde que saímos de lá — ele quebrou o silêncio, os olhos ainda focados na estrada.
Eu respirei fundo, ainda absorv