capítulo 35

[Narrado por Aziza]

A ligação do Julião caiu, mas o peso ficou.

Fiquei ali, no canto da sala, com o celular ainda quente na mão e o coração disparado feito tambor de macumba em noite de mandinga.

Ele tava com a voz embargada. Não de medo — Julião não é homem de tremer. Mas de quem tá encostado no limite, com os dois pés na beirada e a coronha da arma apontada pra nuca.

Desconfiança.

A palavra ficou ecoando na minha cabeça como sirene de favela.

Eles tão desconfiando dele.

Tão farejando o Muralha.

Tão caçando a Alana.

E eu?

Eu tô no meio do furacão.

...

Passei a mão no cabelo, prendi com uma presilha qualquer, e acendi um cigarro. Traguei fundo, como se a fumaça fosse dar conta da ansiedade que já tava roendo minha costela.

Julião é meu irmão.

Mas é mais que isso.

É meu chão.

Meu sangue.

Minha trincheira.

Ele sempre foi o miolo da coragem aqui de casa. Mesmo quando tudo desmoronava, era ele que me botava em pé — com bronca, com tapa, com colo.

E agora…

Agora ele tá sozinho no olho do f
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