[Narrado por Diguinho]
Ela foi embora, mas o rastro ficou.
Coronel Daniela Vasconcellos. Olhar de quem não esquece. Postura de quem não recua. E sede de sangue disfarçada de justiça.
Assim que o carro dela virou esquina e sumiu morro abaixo, eu respirei fundo. Pela primeira vez desde que ela pisou ali. O ar voltou a circular, mas o peso ficou no peito.
Aziza ainda encarava o chão rachado, como se visse o futuro ali. E eu vi nos olhos dela a mesma coisa que bateu em mim:
Ela vai voltar. E vai voltar pra prender o Muralha.
— “Ela já decidiu,” — soltei, quebrando o silêncio. — “Vai jogar o nome do Caio no relatório como cúmplice. Só falta ela achar um rabisco pra chamar de prova.”
Aziza assentiu, mas sem drama.
— “Ela quer arrancar ele como exemplo,” — murmurou. — “Como se tirar o Muralha fosse derrubar o morro inteiro.”
— “Pra ela, é mais que prisão. É ego. É revanche,” — completei.
Porque eu conheço o jogo.
A gente viu isso antes: quando o Estado perde no campo da bala, ele volta no ca