[Narrado por Caio – o Muralha]
Ela não piscou mais.
Nem eu.
Era guerra. Daquelas sem sangue, mas com cicatriz.
— “Tu acha que eu teria coragem de te mirar, Caio?” — ela soltou, com aquela voz baixa que parece calmaria... mas vem antes da tempestade.
— “Acho que tu teria coragem de tudo. Até de me matar... se fosse por justiça.”
Ela deu um meio sorriso. Um desses que mais parece corte em carne viva.
— “E tu? Me mataria?”
Respirei fundo, o peito subindo como se pesasse toneladas.
— “Te matar seria mais fácil que continuar te querendo.”
Ela deu um passo. Um só. Mas foi o suficiente pra diminuir o espaço e aumentar o caos.
— “E continuar me querendo é tão errado assim?”
— “Tu é a porra do meu erro favorito.” — falei, firme, sem desviar.
Ela travou o maxilar. Eu notei. Porque eu conheço cada detalhe daquela mulher. Cada fraqueza camuflada de fúria.
— “Então por que tu mente pra ti mesmo? Me afasta, finge que não sente… como se a gente já não tivesse morrido e vol