capítulo 15

[Narrado por Alana]

— “Não. Não, Caio. Isso não.”

Minha voz saiu cortando. Nem grito, nem súplica. Foi faca.

Ele congelou.

O braço ainda segurando o meu. O olhar… aquele olhar de quem já queimou cidade por bem menos.

— “Eu não vou contigo.” — repeti. Mais firme. Mais minha.

Os motores rugiam atrás da curva. Mais motos. Mais fúria. O céu começava a gritar também, com sirenes se misturando ao barulho da quebrada.

E aí veio ele — Julião — descendo o pente no último que tentou se aproximar.

Pum. Um corpo no chão.

Pum. Outro tentando engatinhar de volta pro inferno.

— “A gente não vai dar conta, Muralha!” — ele berrou, com a mão suja de pólvora e o rosto vermelho de adrenalina.

— “Vai virar massacre!”

O Muralha nem piscou.

Virou pra ele. Respondeu seco, cuspido:

— “Então vaza, porra!”

O som da palavra ricocheteou entre os prédios como ordem de execução.

— “Vai, Julião! Some daqui! Some antes que essa merda engula tu também!”

Julião hesitou por um segundo.

Só um.

Mas era tempo demais ali.

E
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