O lançamento de O Que Não Me Ensinaram a Dizer seguia sendo um dos mais impactantes da história da Constela. As mensagens não paravam de chegar. Escolas queriam organizar rodas de leitura. Psicólogos buscavam exemplares para pacientes. E até um canal de televisão havia solicitado uma entrevista com um dos autores.
Tiago, um dos dez selecionados, era o preferido para o convite.
Aurora mandou um e-mail perguntando se ele aceitava.
A resposta chegou no dia seguinte, curta, mas estranha:
Aurora,
Antes de qualquer coisa, precisamos conversar.
Presencialmente.
É importante.
– Tiago.
Dois dias depois, ele apareceu no escritório da Constela. Vestia uma camiseta escura e uma expressão mais densa do que Aurora lembrava.
— Oi — disse, ao entrar.
— Oi, Tiago. Tudo bem?
— Vai ficar. Mas agora não está.
Ela o conduziu até a sala reservada. Fechou a porta. Ofereceu café. Ele recusou.
Sentou-se. Encarou as mãos. Respirou fundo.
— Aurora, a história publicada no livro… não era minha.
Silêncio.
Ela arq