A Rendição na Adega
ISABELA
Ele não hesitou. Sua boca encontrou a minha com urgência, em um beijo carregado de saudade e ternura. Havia dor ali — a dor da ausência —, mas também havia esperança. Minhas mãos subiram até seu rosto, segurando-o como se eu pudesse ancorar tudo o que sentia naquele toque. O cheiro dele, o calor, a maneira como me envolvia... tudo me puxava de volta. E eu permiti. Deixei que o amor, adormecido mas jamais esquecido, tomasse conta de mim.
O beijo se aprofundou, nossas respirações entrecortadas pelo turbilhão de sentimentos que nos engolia. As mãos de Rafael deslizaram até minha cintura, firmes, me puxando para mais perto — até que não restasse espaço algum entre nós. Meus dedos se enroscaram em seus cabelos, segurando-o como se eu temesse perdê-lo de novo, e retribuí o beijo com a mesma urgência, com a mesma fome de quem finalmente encontra o caminho de casa. Cada toque dele era um eco do que fomos. Cada beijo, uma promessa do que ainda poderíamos ser. Era um