Depois da conversa que tive com Camile na delegacia, senti que ela ainda não havia me perdoado completamente; estava nítido em seu olhar evasivo e na forma como evitava meu olhar. Saímos de lá, e Rafael prometeu que conversaria com os pais para ajudar a irmã. Ele temia que, de alguma forma, tudo aquilo chegasse aos ouvidos deles. Camile, envolta no abraço protetor de Rafael, disse a ele que queria trocar de faculdade. Ele deu um beijo na têmpora dela e garantiu que a polícia iria punir o ex-namorado babaca e as garotas que tanto a agrediram.
O carro de Rafael parou na frente da casa. Camile o abraçou e saiu sem olhar para mim, entrando rapidamente.
— Ela vai ficar bem? — perguntei a Rafael, sentindo um nó na garganta.
— Tenho certeza que sim! — ele respondeu, mas vi dúvidas em seu rosto, um cansaço que a situação da irmã havia imposto.
— Eu estava pensando em voltar para o interior, mas acho que você gostaria de ficar mais? — falei, a pergunta pairando no ar. Parecia que não havia mai